Resolvi assumir a meta de compartilhar 15 motivos pelos quais estarei na rua no próximo dia 16 de agosto. Vou deixar a meta em aberto, não por falta de motivos! Também não pretendo dobrar a meta caso consiga alcançá-la. O desafio maior é organizar as ideias de forma objetiva para compartilhar um motivo por dia, de hoje até 15 de agosto, motivando mais pessoas a externarem comigo o descontentamento com a situação geral em que nos encontramos.
Não votei no PT e entre meus motivos certamente vou incluir criticas ao governo atual. Mas não creio que a situação vai melhorar se nos contentarmos em buscar bodes expiatórios. É fácil dizer que só têm corrupto e ladrão no governo e na política e que a culpa é da nossa colonização portuguesa, que sempre foi assim e que nada irá mudar.
A coluna de hoje do Marcio Tavares D’Amaral no jornal explica porque Felicidade dá trabalho. Recebi na semana que passou um texto atribuído ao Papa Francisco que remete a este mesmo assunto, lembrando que a vida em família e em sociedade exige esforço e o dom do perdão. Perdoar não é fácil e muita gente confunde as coisas, achando que ao perdoar estará reconhecendo que o outro não fez algo errado ou que era tudo uma bobagem. Perdoar é superar o efeito que o erro produziu em você, colocando um determinado fato ou comportamento no passado, junto com rancores, mágoas e sentimentos de vingança. Podemos perdoar inclusive aqueles que não se arrependeram dos seus atos, mas nestes casos estes devem ser colocados também no nosso passado. O convívio sadio não está livre de erros entre as partes, mas pressupõe que cada um tenha consciência dos seus atos, compartilhe um mesmo conjunto de valores, sinta arrependimento e se comprometa a não repetir seus erros eventuais.
É fundamental, portanto, mostrar para as pessoas com as quais nos relacionamos as posturas e comportamentos que consideramos inaceitáveis. Um dos delatores mais recentes na operação Lava-Jato chorou copiosamente em seu depoimento. Enquanto esteve entre seus parceiros no crime achando que o desvio de “migalhas” era na verdade mais uma taxa informal que aqui se paga para fazer negócios, culpando os outros pelos seus desvios de conduta, fingiu não ter qualquer responsabilidade pelos atos que praticava. Espero que tenha chorado por se dar conta, agora, do criminoso que é e de que o dinheiro roubado faz muita falta para o nosso país.
Eu não sinto pena de nenhum bandido, mesmo os menores de idade, pois outras pessoas em situações similares não buscaram no crime a solução para os seus problemas. Mas é triste ver a quantidade de gente aqui no país vivendo ainda na miséria, sem acesso a condições mínimas de moradia, saúde e educação. Uma coisa não justifica a outra. A compaixão e o otimismo brasileiros, que são qualidades nossas, não podem ser explorados recorrentemente!
A verdade é que nós, povo brasileiro, podemos ser muito mais do que já somos. Chega de ficarmos deitados em berço esplêndido, vivendo num país tropical bonito por natureza. Digo isto sabendo quem tem muita gente por ai ralando muito e que o país vem melhorando. Entretanto, mesmo quem já se considera um trabalhador honesto e cumpridor das leis vai precisar se esforçar um pouco mais. Se todos fizermos um pouco mais o esforço nem será assim tão grande, principalmente se mostrarmos para os mais “acomodados” que sua indiferença, desonestidade e preguiça nos afeta.
Não se deixe intimidar por pautas mais radicais, usando como desculpa o fato de não querer engrossar o coro de quem defende um impeachment mesmo sem provas ou a volta dos militares ao poder. Represar frustrações indefinidamente pode resultar em explosões de irracionalidade que devem ser desestimuladas. Quebrar o patrimônio publico, linchar pessoas ou tocar fogo nas coisas são crimes que devem ser punidos. Lembrem que as manifestações mais recentes foram todas pacíficas, com casos isolados de comportamentos inapropriados.
Quero te estimular a ir para a rua no dia 16 de agosto, mas não precisa nem ir para o local marcado para as principais manifestações. Vá para algum local perto da sua própria casa, usando verde, amarelo, preto ou qualquer outra cor que você tenha escolhido para expressar seu descontentamento. Se ir a rua é complicado, pendure na sua janela alguma coisa, um cartaz ou até mesmo um pano colorido. Outra alternativa, que não exclui as anteriores, é bater panela durante 5 minutos. Aqui no Rio a concentração está marcada para as 11h. Eu mesmo vou para o Aterro do Flamengo, mais próximo de onde eu moro, pois quero crer que as ruas estarão cheias por toda a parte. Não para apontar culpados mas para coletivamente dizermos que é preciso mudar ! Vamos deixar claro para todo mundo, de forma ordeira e civilizada, que nós queremos um Brasil Melhor! Resumindo: É preciso MOSTRAR nosso descontentamento!
#15MED1608 – No.1: É preciso MOSTRAR nosso descontentamento !