Não sai candidato a vereador nestas eleições e apresento mais a frente alguns dos porquês desta decisão. Mas primeiro ofereço algumas sugestões para quem está querendo dicas sobre em quem votar.
Recentemente recebi diversas mensagens me parabenizando pelo aniversário de filiação ao PSDB, onde ingressei para poder me candidatar a deputado federal em 2014 e onde continuo até hoje. Assim, para prefeito, minha indicação é o Carlos Osório e também sua vice, a Aspásia Camargo, digitando 45 na urna eletrônica.
Já tive oportunidade de compartilhar via redes sociais o link com uma entrevista resumida e a integra de um café da manhã promovido pelo TI.Rio, onde o Osorio se apresenta e conta alguns dos seus planos para a prefeitura. O vídeo mais longo tem mais de uma hora de duração e dá para ter uma boa ideia de como ele pensa.
Na ocasião fui eu quem recepcionou o Osório pelo TI.Rio e procurei ter uma postura mais neutra, até porque recebemos também outros candidatos a prefeito (na ocasião eram pré-candidatos) e o objetivo era deixar eles a vontade e permitir que o setor de TI pudesse conhecer todos os que aceitaram nosso convite para melhor embasar suas escolhas.
Encerrado este ciclo do TI.Rio, faço o seguinte resumo: É certo que o Crivella já está no 2º turno. Quem irá disputar com ele é ainda uma grande incógnita! Mesmo estando o Osório com um percentual menor de intensões de voto entre os que estão embolados nesta disputa, creio que ele tem boas chances de chegar lá, ainda com a vantagem de talvez conseguir bater o Crivella no 2º turno (simulações mostram o Crivella ganhando do Freixo, Pedro Paulo e Jandira, muito embora eu não tenha visto a simulação entre Crivella e Osorio).
O Osorio está na faixa dos 50 anos, criado na zona sul, aluno do Santo Inácio, já tendo trabalhado na iniciativa privada e também como secretário dos governos municipal e estadual do Rio, além de ter sido eleito deputado estadual em 2014 pelo PMDB. No início de 2016 deixou o governo do estado e o PMDB para se filiar ao PSDB e sair candidato a prefeito. Ou seja, não é político de “nascença” mas conhece bem a política fluminense, condições que me parecem indispensáveis para quem quer contribuir com uma mudança para melhor do nosso cenário político. Não é uma pessoa sem defeitos, como não são os demais candidatos e os partidos que os acolhem, mas será minha aposta neste próximo dia 2 de outubro.
Para vereador, entendendo que é igualmente importante buscar pessoas que tenham alguma militância política prévia para que possam melhor navegar pela Câmara Municipal e ajudar a melhorar nossa cidade. Ao mesmo tempo, a eleição de um vereador é superimportante para o partido que o elege, fortalecendo sua presença local e seu peso político. Assim, como considero importante fortalecer o PSDB aqui no Rio, minha recomendação é a Lurdinha Henriques, número 45678 na urna eletrônica. Lembre ainda que é possível votar apenas no número do partido na hora de escolher seu vereador, garantindo que seu voto ajude a eleger os candidatos mais votados daquele partido.
Dito isto, quero oferecer outras sugestões para quem prefere não votar no PSDB.
Em primeiro lugar, destaco o Luiz Salomão – 40012, candidato a vereador pelo PSB, engenheiro, que já foi deputado estadual e federal, e que conhece muito de políticas públicas e dos setores de energia e tecnologia. Conheço o Salomão pessoalmente e creio que o Rio tem muito a ganhar com a sua eleição.
Para quem não está satisfeito com nada do que está por ai, adianto que votar em branco ou anular seu voto só ajuda a manter tudo como está. Se ainda assim você esta considerando esta possibilidade, considere então o partido NOVO, que vem com propostas interessantes e que precisará conquistar votos para começar a aparecer como uma alternativa de fato. Dentre os diversos candidatos a vereador do Novo, conheço a muitos anos o Henrique Andrade – 30021 que está estreando na política este ano.
Voltando as iniciativas do TI.Rio, que convocou os partidos e empresários a indicar candidatos a vereador interessados no setor de tecnologia, o Henrique demorou a mandar suas informações/dados pois estava às voltas com a burocracia para confirmar sua candidatura. Passei por isto em 2014 e não são obstáculos intransponíveis, mas tomam tempo e recursos que vão se somando e exigem uma enorme dedicação de quem resolver levar a sério uma campanha política.
O atual sistema político quase que exige que os partidos indiquem o maior número possível de candidatos aos diferentes cargos existentes pois qualquer voto conquistado ajuda na eleição. Daí a quantidade imensa de candidatos, alguns querendo apenas aparecer 5 segundos na televisão, no horário que é dito gratuito, mas que consome recursos do orçamento público.
Veremos como será este ano, mas dificilmente teremos algum vereador eleito com menos de 40 mil votos na cidade do Rio. É muito voto para conquistar numa eleição onde está difícil arrecadar recursos para campanha. Muitos dirão que a internet e as redes sociais permitem alcançar facilmente os eleitores e que o horário eleitoral gratuito na TV poderia ser até abolido pois de nada serve tentar escolher um candidato com base nos poucos segundos que ele aparece na propaganda política. Melhor é poder ver ele falando em vídeos mais longos que podem ser postados gratuitamente num site qualquer.
Eu pessoalmente acredito que o voto não deveria ser obrigatório (para quem tem poder aquisitivo e tempo ele já não é, uma vez que a multa máxima por deixar de votar é de R$ 35,14, pagável através de guia obtida num cartório eleitoral ou posto de atendimento ao eleitor), que o voto deveria ser distrital (ou pelo menos misto) e que a internet, no futuro, possa ser um substituto para o horário eleitoral no rádio e na TV.
É bom lembrar, contudo, que a TV está hoje em mais de 95% dos lares em todo o Brasil. Juntando com o rádio, pode-se assumir que toda a população brasileira consegue ser alcançada pelo horário eleitoral. No caso da internet, somente em 2014 se passou pela primeira vez a barreira dos 50% de lares com acesso a internet. Tenha a certeza de que uma quantidade considerável destes acessos não é em banda larga, ou seja, não permitem assistir vídeos com facilidade. De 2014 para cá a quantidade de acessos a internet nos lares deve até ter subido, e subiu ainda mais o acesso a internet através de telefones celulares. Ocorre que é preciso pagar para ter acesso a internet em casa ou no celular. Assim, a internet não é ainda um canal que alcança 100% da população brasileira e não serviria como canal exclusivo de comunicação entre os candidatos e seus eleitores.
É claro que a internet já é um canal importante e que por diversas outras razões, além da política, deveria ter seu acesso universalizado para a população brasileira. Mas não é um canal que esteja amplamente dominado pelos partidos e políticos em geral e que também não conta com mecanismos adequados para facilitar a escolha de seus candidatos. E o que é pior, muita gente não se dá conta disto!
Aqui no Rio, principalmente para candidatos que estejam disputando o voto de camadas mais privilegiadas da população, você haverá de concordar que estes candidatos devam estar fazendo uso intenso da internet e redes sociais em suas campanhas, certo ? Proponho então o seguinte experimento: tente descobrir o site de campanha de um candidato qualquer. Se você já clicou no link de algum candidato que eu sugeri acima, escolha um outro, mas se não tiver clicado nos links pode ser com qualquer um deles também. Não use o número eleitoral (que você não saberia ainda) mas apenas o nome do candidato e faça uma busca na internet. O melhor é tentar isto com vereadores, já que os candidatos a prefeito são mais populares. Como resultado da sua busca é provável que você até receba indicações de artigos em que o candidato é mencionado ou o link para uma rede social onde ele aparece, mas nem sempre aparece o site do candidato.
Se você já pesquisou candidatos na internet antes talvez já saiba que os Tribunais Eleitorais de cada estado fornecem listas completas dos candidatos em cada eleição. Na “ficha” do candidato tem espaço para fornecer o site de campanha, mas que em geral está em branco. Os partidos também apresentam listagens dos seus candidatos, onde constam informações de contato e em alguns casos o link para os respectivos sites. Novamente esta informação quase sempre está em branco, mesmo no caso dos candidatos que tem site!
A questão das redes sociais é um caso a parte. Primeiro porque você precisa fazer parte da mesma rede social onde os candidatos se apresentam de modo a ter acesso ao que eles postam ali. Eu tenho diversos conhecidos que não estão em nenhuma rede social ou quando estão não as utilizam de fato. Mesmo considerando os que estão nas redes sociais mais populares, já foi constatado que estes ambientes não estimulam o debate aprofundado e multifacetado recomendando para quem quer fazer escolhas melhor embasadas. Em geral, as redes sociais se sustentam através da veiculação de propaganda paga e por isto mesmo direcionam o fluxo do que cada pessoa consegue visualizar, buscando entregar conteúdos de acordo com as preferências de cada um, capturadas com base no próprio uso que estas pessoas fazem da rede. É claro que você pode pesquisar o nome de um candidato e descobrir o perfil ou página dele naquela rede. Mas se você não “curtir” a página ou perfil deste candidato, dificilmente receberá novas postagens que ele vier a fazer. Aproveito inclusive para dar uma dica para quem estiver apoiando um candidato: Não basta curtir um novo post do seu escolhido. É claro que curtir ajuda, mas se você quiser mesmo se engajar, é preciso compartilhar o post do seu candidato para que o mesmo possa ser replicado para os seus contatos. Mesmo assim, algumas pessoas dizem que evitam as redes sociais nos períodos eleitorais, pois não suportam a quantidade de postagens de cunho político, motivo pelo qual mesmo os posts que você compartilha (políticos ou não) quase nunca são exibidos para todos os seus contatos.
Mas mesmo que você tenha encontrado o site ou página na rede social de um candidato qualquer, como fazer para encontrar outros candidatos com um perfil semelhante ao que seria o perfil do seu candidato ideal? Existem até algumas iniciativas na internet que se propõem a solucionar esta questão propondo que cada candidato responda a uma série de questões que serviriam de base para comparações. Em 2014 eu fui convidado a preencher informações em 2 ou 3 sites deste tipo mas a maioria deles tratava de questões específicas e nenhum deles agregou grande coisa a minha própria campanha. Problema ainda em aberto!
De qualquer modo, acredito que a tecnologia já está tendo um grande impacto nas campanhas políticas e poderá ter um impacto ainda maior, inclusive no próprio sistema políticos, nos próximos anos. Respeito muito todo e qualquer candidato sério querendo contribuir para a melhoria da cidade ou estado em que mora. Mas as questões em torno do uso da tecnologia na política e em outras áreas que nos afetam enquanto cidadãos, e que me motivaram a querer tentar me eleger deputado federal, são discutidas justamente no plano federal. Por outro lado, muitos dizem que o caminho natural de todo político começa justamente por se eleger vereador.
Eu, pessoalmente, creio que a política não deveria ser uma carreira profissional. Sou simpático a ideia de ninguém poder se reeleger por mais de uma vez a um cargo qualquer, o que ainda assim não impediria ninguém de ter 2 mandatos de vereador, 2 de deputado estadual, 2 de deputado federal e, até mesmo, 2 mandatos de senador. Também não vejo problema em quem consiga trilhar um caminho deste, mas estes deveriam ser uma minoria, preocupados sempre em estimular a formação de novos quadros políticos numa visão de contribuição temporária que se renova constantemente.
Foi assim que encarei a possibilidade de me eleger deputado federal em 2014, levando contribuições para a discussão do papel da tecnologia em benefício dos cidadãos. Esta discussão na esfera municipal é muito limitada e daí não ter me animado a tentar me eleger vereador em 2016. Ainda não tenho nada decidido em relação a uma possível nova candidatura, mas se me decidir por isto em 2018 tenha a certeza que vou tentar buscar o seu voto! Em quanto isto, sigo atuando em prol do desenvolvimento do setor de tecnologia da informação do Rio de Janeiro e do Brasil.
Obrigado por compartilhar, John. Muito boa análise. Vou replicar a dica (de se informar sobre os candidatos na Internet) que, embora mais ou menis natural, passa desapercebida para a maioria dis eleitores 🙂