Aqui no Rio temos 2.034 candidatos registrados para deputado estadual e 1.079 para deputado federal, sendo que as vagas disponíveis são respectivamente 70 e 46. O número efetivo de candidatos com alguma viabilidade não deve passar, quando muito, do triplo das vagas disponíveis. Para aqueles que se candidatam pela primeira vez os desafios são ainda maiores.
Não quero me focar aqui nas questões das obras em torno dos grandes eventos esportivos, ângulo normalmente utilizado para falar deste legado. Esta é uma questão importante, que precisa de muita atenção, mas que desvia o foco dos problemas do esporte propriamente dito, passando ao largo do espírito olímpico, coisa que parece estar em falta aqui pelas nossas bandas.
A edição desta manhã fria de sábado (26/07/2014) aqui no Rio trouxe várias matérias interessantes, a começar por “Discutir Política é uma Utopia”, opinião de Verónique Hébrand, na coluna Conte Algo que Não Sei.
Depois lí os artigos do Cacá Diegues e Jacob Dolinger sobre o conflito na Palestina …
O Brasil precisa de inúmeras reformas da sua legislação, a começar pela reforma política, mas não menos importante do que a reforma tributária ou o aprimoramento das Leis Trabalhistas e do marco regulatório sobre as Telecomunicações. Esses são apenas alguns exemplos que, juntamente com quase toda e qualquer atividade humana, tem em comum o fato de estarem sendo afetados pelas Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC.
Esta foi a primeira vez em que estive numa convenção nacional de um partido político, curioso para saber como funcionam estes eventos. Do ponto de vista da minha candidatura no Rio de Janeiro, minha presença era absolutamente desnecessária. Mas como candidato a deputado federal, entendi que seria importante estar mais conectado com o lançamento oficial da candidatura do Aécio Neves, aquela altura ainda sem um vice-presidente definido.
Poderia, também, reforçar a delegação do PSDB do Rio de Janeiro já que, em comparação com o pessoal de Minas e São Paulo (estes estavam em casa), tínhamos um grupo com menos gente. Assim, no dia de 14 de junho, um pouco antes das 9h da manhã, chegava eu ao Expo Center Norte, já com inúmeros militantes na porta empunhando bandeiras e encontrando amigos e conhecidos.
Do lado de dentro, um palco enorme emoldurado por um destes painéis gigante com imagens coloridas e que iam se alternando e iluminando o salão. Na hora marcada o mestre de cerimonias abriu o púlpito para que vereadores, deputados e demais filiados ao PSDB fizessem uso da palavra.
Encontrei um lugar ali pelo meio do salão, que naquele momento começava a ficar cada vez mais cheio, para acompanhar toda a movimentação. Ainda conheço pouca gente no PSDB do Rio, mas os poucos que conheço estavam todos lá: Lurdinha, Miguel, Pablo e outros tantos que ainda não gravei o nome, liderados pelo Luiz Paulo Correa da Rocha, Presidente do PSDB-RJ. O Otávio Leite, contemporâneo dos meus tempos no Colégio Andrews, foi um dos diversos deputados federais pelo partido que mandaram o seu recado. Cabe aqui um parêntesis para agradecer o Otávio pelas dicas que vem me passando desde o ano passado quando o procurei buscando informações sobre como me filiar. O incentivo dele, e do Luiz Paulo, foram importantes para eu seguir em frente com a ideia de me candidatar a deputado federal.
Figuras ilustres do PSDB foram se alternando no palco, com o publico cada vez mais animado, até que o próprio Aécio Neves chegou acompanhado pelo Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin, José Serra, Aloysio Nunes Ferreira e outros apoiadores ilustres da sua candidatura a presidência do Brasil. Todos foram fazendo uso da palavra, encantando os presentes com a arte de falar em público, mostrando a força da oratória na mobilização das pessoas. A convenção foi transmitida ao vivo e não pude deixar de pensar no contraste entre os grandes discursos públicos e a quantidade normalmente reduzida de palavras das postagens na internet, que cada vez mais irão modificar o jeito de se fazer política.
Na medida em que o PT representa a situação, sendo o partido a ser vencido nas próximas eleições, foi o “alvo” preferido em inúmeras manifestações. Uma das melhores tiradas foi dita pelo Serra, que afirmou que o PT tem sim ideias novas e ideias boas. O problema é que as ideias novas não são boas e as ideias boas não são novas !
Foi apresentado um video com o retrospecto da carreira política do Aécio, com referencias explicitas ao Tancredo Neves e aos 30 anos decorridos desde a eleição dele para presidente. O que me veio imediatamente a memória, contudo, o movimento das Diretas Já. Estava eu no grande comício do Rio de Janeiro em abril de 1984, na esquina da Rio Branco com Presidente Vargas, vendo o Tancredo já Governador de Minas e um dos destaques daquele palanque, ocupado também por Ulisses Guimarães, Lula e Fernando Henrique Cardoso. Como o Brasil mudou nos últimos 30 anos, e para melhor ! Como o tempo voa !
Naquela época o Aécio era secretário do seu avo, ainda em início de carreira. Passados 30 anos, foi Presidente da Câmara dos Deputados, Governador de Minas Gerais e Senador da República. É uma bagagem, uma experiencia de vida, que permitirão, ao meu ver, um outro tipo de relacionamento entre o Executivo e o Legislativo caso ele venha a ser eleito. Ao fazer seu discurso, o Aécio fechou a convenção com chave de ouro, demonstrando a unidade do PSDB em torno do seu nome e o apoio de partidos aliados. Acredito sinceramente que temos o melhor candidato a presidente em 2014 e vou trabalhar para ajudar a elegê-lo. Mais do que isto, espero também ser eleito para ajudar a realizar as mudanças que o Brasil ainda precisa para deixar de ser um país do futuro, trazendo para o presente todo o seu potencial.