Nesta época de eleições é inevitável se deparar com propaganda dos candidatos espalhados por toda a cidade. Já não é mais permitido o uso de outdoors, embora o uso de cartazes de até 4m2 esteja liberado, criando uma profusão de rostos e números cuja concentração parece aumentar nas vias de maior tráfego ou em regiões menos privilegiadas.
A distribuição de propaganda em papel (santinhos) é também enorme, superando em muito a oferta de crédito sem comprovação de renda ou a volta do amor perdido em até três dias. Eu sempre recuso receber qualquer pedaço de papel sendo distribuído nas ruas, lamentando ver que a maior parte acaba no chão ou nas latas de lixo das proximidades (quando elas existem).
Todo este material tem um custo de produção, menor até do que eu imaginava, que deve ser somado ao custo da sua distribuição. É preciso ter pessoas para tomar conta do cartaz em uma via pública ou para distribuir os santinhos, que podem ser amigos num final de semana durante uma passeata, mas que dificilmente serão pessoas trabalhando voluntariamente num esquema diário e de horas seguidas de dedicação. Não é proibido contratar cabos eleitorais, mas nem todo mundo tem dinheiro para isto.
Daí termos um número tão elevado de candidatos concorrendo aos cargos de deputado. Aqui no Rio temos 2.034 candidatos registrados para deputado estadual e 1.079 para deputado federal, sendo que as vagas disponíveis são respectivamente 70 e 46. O número efetivo de candidatos com alguma viabilidade não deve passar, quando muito, do triplo das vagas disponíveis.
Muitos candidatos nem estão realmente interessados na eleição atual, buscando na verdade popularizar seus nomes para as eleições municipais, onde uma vaga de vereador exige uma quantidade bem menor de votos, principalmente nas cidades menores. Assim, atuam agora muito mais como cabos eleitorais do que propriamente como candidatos. Normalmente quem se beneficia disto são aqueles que já têm mandato e estão buscando a reeleição. Lá na frente os que forem de fato reeleitos agora poderão oferecer um apoio importante para estes futuros candidatos a vereador.
Aliás, quem já é titular de cargo legislativo (senadores, deputados e vereadores) pode se candidatar sem necessidade de desincompatibilização. Ou seja, o sistema conspira a favor de quem já foi eleito antes, aumentando a barreira de entrada para quem se candidata pela primeira vez e não é famoso.
O início da campanha no rádio e na TV é, para muitos, o que de fato indica o início da campanha para valer. Todos falam do imenso poder da televisão e de como este poder pode influenciar a massa de eleitores. Gravei minha participação num estúdio profissional junto com vários candidatos do PSDB. Não tenho do que reclamar, já que o partido ofereceu toda esta estrutura e orientações sobre tirar o melhor proveito do tempo disponível. O que ficou gravado foi o seguinte:
“Tecnologia e Internet gerando oportunidades para um Brasil melhor – John Lemos Forman – 4515 – PSDB”.
Esta mesma fala será usada nos programas de rádio e foi o melhor que pude fazer nos sete segundos que foram disponibilizados para os candidatos “novatos” da nossa coligação. É mais um exemplo das vantagens de quem já foi eleito antes, que contam com mais tempo e aparecem com mais frequência, assunto bem explorado no artigo “Uma campanha sem isonomia”, por Nelson Paes Leme, publicado no O Globo de 18/08/2014.
Ou seja, não esta fácil para aqueles que se candidatam pela primeira vez, com recursos limitados, levar suas ideias para um grande número de eleitores. A propósito, li que em 2010, dentre os deputados federais eleitos pela primeira vez e com menos de 30 anos, 79% vinham de famílias tradicionais na política. São as tais “campanhas milionárias” que financiam anúncios no rádio, jornais e TV, assim como enorme aparato nos eventos de rua, com várias pessoas distribuindo seus santinhos e outros tantos empunhando bandeiras com o rosto e número de seus representantes.
Tenho ido a alguns destes eventos de rua e posso afirmar que o ambiente tem sido cordial e espero que continue assim. Não tive nenhum problema para distribuir meus santinhos e pedir voto para mim e para outros candidatos coligados. O desafio é se fazer notar frente a estes outros candidatos mais estruturados.
Quem me conhece e sabe que estou defendendo nesta campanha o TIC : TAC – Tecnologias da Informação e Comunicação : Transparência, Ação e Coordenação, haverá de se lembrar que temos ainda a internet e as redes sociais.
É verdade ! Mas a internet não é um território assim tão livre para a política aqui no Brasil, lamentavelmente funcionando mais como palco de boatos e fofocas do que como um canal complementar (e de menor custo) para conhecer os candidatos.
O TSE tem o sistema de divulgação de candidaturas – DivulgaCand, que pode ser acessado pela internet e traz informações básicas sobre todos os candidatos registrados para as eleições de 5 de outubro. Este sistema serve de base para outros sites na internet com informações semelhantes, muitos dos quais omitem o campo “Site do candidato” já que é uma informação opcional para o tribunal e um número considerável de candidatos não preenche esta informação. No sistema do TSE, quando o candidato tem um site ele não aparece como um link na consulta.
Outro fato curioso é a proibição de fazer propaganda paga na internet (já que ela é permitida em rádio, jornal e TV). Fico pensando se isto é por conta da falta de familiaridade da maioria dos candidatos com esta tecnologia, se é pela facilidade que esta tecnologia tem de “romper” eventuais “currais eleitorais” em geral delimitados geograficamente ou ainda pela falta de mecanismos de fiscalização da propagando online.
Não importa o motivo, fato é que as redes sociais estão aperfeiçoando seus mecanismos para monetizar a divulgação de informações em seus domínios. Existem estudos afirmando que uma publicação qualquer feita por uma pessoa alcançará, quando muito, 30% da rede desta pessoa. Para ir além é necessário pagar para promover a publicação ou para fazer com que determinado site apareça em destaque nos resultados de buscas. É claro que um grande número de seguidores de uma página ou site aumenta a chance destes conteúdos serem exibidos para um maior número de pessoas, mas as pessoas em geral ficam receosas de “curtir” alguém que não conhecem bem.
Assim, propagar uma candidatura na internet está muito mais complicado do que eu inicialmente supunha. Por outro lado, tenho sido convidado para conversas com grupos pequenos de pessoas (funcionários de uma empresa ou amigos de amigos) e também para debates em instituições de ensino e assemelhados. Os resultados são muito positivos e continuarei à disposição para novos convites !
Outra consideração é sobre aqueles que decidem anular o voto ou deixa-lo em branco, em geral por conta de uma grande insatisfação com a política atual. O problema é que o resultado prático disto é que estes votos deixam de ser contabilizados, facilitando a reeleição de quem esta na política a mais tempo do que devia. Pior ainda quem decide votar em alguém “exótico” como forma de protesto. Preste atenção nos demais candidatos no mesmo partido, já que este voto de protesto pode na verdade acabar elegendo um “inocente” e vários “malandros”. Se você quer realmente mudança, busque candidatos honestos e bem intencionados. Eles existem, mas como eu, estão enfrentando inúmeros desafios para conseguir os votos que precisam.
O que eu percebo como uma grande diferencial, capaz de suplantar qualquer volume de recursos de campanhas concorrentes, e que funciona bem, é a indicação pessoal de um candidato de sua confiança. Isto me faz até pegar folhetos na rua se a pessoa que os estiver entregando for um conhecido. Fazendo um paralelo com a internet, um e-mail vindo de um candidato ainda desconhecido será provavelmente tratado como SPAM, mas a recepção será outra se a indicação vier através de alguém que você já conhece. Por isto, se você realmente quiser ajudar a eleger um ou outro candidato (e eu espero estar nesta sua lista de preferencias) não vai bastar votar nele(s)!
Seguem algumas sugestões para participar mais ativamente:
– mandar um e-mail para seus principais contatos recomendando seus candidatos, incluindo os links para os respectivos sites de campanha;
– curtir a página e as publicações do candidato na internet, compartilhando aquelas que julgar mais relevantes com suas próprias conexões. Sugerir inclusive novas conexões ou amizades para os seus candidatos (de minha parte, estou confirmando todos os novos pedidos de conexão que recebo);
– colar um adesivo no carro, mochila, caderno ou mesmo numa janela de frente para a rua. Em eventos nas vias públicas é legal colocar adesivos na roupa, o que é permitido inclusive no dia da eleição e dentro do local de votação (já que é uma propaganda silenciosa). Por outro lado, é proibido adesivar postes, lixeiras, pontos de ônibus ou qualquer outro espaço público;
– ajudar a distribuir material impresso, incluindo adesivos, seja para amigos, vizinhos ou colegas de trabalho, esporte ou estudo.
Se você fizer seguir pelo menos uma das sugestões acima, certamente já terá ajudado. Mas o ideal é se programar para repetir a ajuda pelo menos duas vezes por semana até as eleições em 5 de outubro próximo. Existem outras formas de ajudar também, e tenha certeza que qualquer candidato vai gostar muito de receber seu apoio e sugestões para a campanha. Todo voto é precioso !
Concluo agradecendo sua atenção e qualquer ideia, opinião, curtida, indicação ou ajuda que você quiser direcionar para a minha campanha aqui no estado do Rio de Janeiro.
Concordo! Precisamos renovar não só a presidência do Brasil mas tb todo o Congresso Nacional!
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